Gilvan Silva do Nascimento, de 37 anos, tem esquizofrenia e foi internado em UTI após disparos. Polícia Militar diz que tiros foram necessários para cessar tentativa de ‘injusta agressão’; CLDF pede apuração
Um paciente psiquiátrico levou quatro tiros disparados por policiais militares, durante uma ação na sexta-feira (7), no Itapoã, no Distrito Federal. Gilvan Silva do Nascimento, de 37 anos, tem esquizofrenia e estava em surto psicótico, quando os PMs foram acionados para contê-lo. Durante a abordagem, atiraram contra o homem.
Os parentes afirmam que houve excesso. Já a Polícia Militar diz que os tiros foram necessários para cessar a tentativa de “injusta agressão”.
Gilvan foi internado em estado grave, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Brasília (HUB). A família diz que ele ele perdeu um rim e parte do intestino.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pediu uma investigação sobre a conduta dos militares. Em ofício enviado ao comando da PM, o órgão também questiona a abordagem e o protocolo da corporação para o atendimento a pacientes psiquiátricos.
Ação da PM
De acordo com a família, Gilvan mora sozinho. Na sexta-feira, durante o surto, os irmãos, que moram perto dele, chamaram o Corpo de Bombeiros (CBMDF) por socorro. Segundo os militares, Gilvan disse que estava com uma faca e, por isso, a equipe acionou a PM.
Em nota, a corporação afirmou que ele ameaçava crianças e vizinhos com uma faca, no meio da rua.
“A Polícia Militar tentou negociar com ele por mais de meia hora, mas o homem não se rendeu. Em seguida, um policial entrou na casa e foi surpreendido pelo homem, que estava com uma faca, a ponto de atingir o pescoço do militar. Para cessar a tentativa de injusta agressão, um militar efetuou disparos até conter o homem”, diz, em nota.
As marcas de tiros ficaram na parede da casa (foto acima). Gilvan foi indiciado por tentativa de homicídio contra o PM, mas a Justiça determinou que ele responda em liberdade. Segundo o advogado da família, Cassius Leandro Gomes de Oliveira, a acusação “causa estranheza”.
“Ele estava com a cabeça acima do portão conversando com os bombeiros, quando os policiais chegaram. Eles já chegaram com as chaves em mãos, abriram o portão e, em poucos segundos, já foram efetuados os disparos. A família ouviu mais ou menos quatro disparos que acertaram todos o corpo de Gilvan”, afirma o advogado.
Fonte: G1