Distritais aprovam CPI para apurar terrorismo

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Foto: CLDF / Divulgação

Enquanto a oposição cobra responsabilidade do GDF, aliados de Ibaneis Rocha pedem serenidade nas investigações. O requerimento foi criado ontem e deve contar com a assinatura de todos os parlamentares da Casa

Após quase três horas de sessão extraordinária na Câmara Legislativa (CLDF) nesta segunda-feira (9/1), os 24 deputados distritais presentes na reunião decidiram criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos ocorridos no domingo (8/1). Havia outros pedidos, feitos individualmente, mas Chico Vigilante (PT) sugeriu aos demais parlamentares que o requerimento fosse coletivo. “Não são os partidos que estão sendo atacados, mas a democracia”, destacou.

De acordo com Chico Vigilante, o quadro mais terrível e dramático do ataque à democracia foi assistido durante os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. “Esta Casa não pode ficar só nos discursos, temos que dar respostas. Por isso, proponho criar a CPI da CLDF”, destacou o distrital. A ideia inicial era que fossem selecionados cinco representantes para comandar os trabalhos. Contudo, ficou definido que serão sete nomes, para que todos os blocos da Câmara tenham voz na comissão.

Para Fábio Félix (PSol), “houve omissão das forças de segurança, pelas quais o governador do DF responde. Esta Casa precisa assumir a sua responsabilidade. Não podemos tolerar esse tipo de ato. O rigor da lei precisa ser aplicado”, observou.

O requerimento da CPI foi registrado ontem. Ao Correio, após a sessão, Fábio Félix deu detalhes sobre os próximos passos. “A coleta de assinaturas começou hoje (ontem) e amanhã (hoje) deve se ser publicada a CPI. Depois disso, existe um prazo para os blocos indicarem os membros, geralmente cinco dias, aí convocam sessão para eleição da presidência e da relatoria da CPI”, ressaltou.

“Serenidade”

O líder do governo na CLDF, Robério Negreiros (PSD) se pronunciou a favor da comissão de inquérito. “Ibaneis não é contrário à CPI, a Casa deve apurar, de forma isenta, o que ocorreu. Mas a palavra de ordem deve ser serenidade. Se agirmos por impulso, podemos cometer erros”, destacou. Ele ainda defendeu a postura do governador durante os atos. “Assim que foi informado dos fatos, Ibaneis determinou a presença de todas as forças de segurança no local”, reforçou.

O deputado Hermeto (MDB) saiu em defesa do governador afastado, destacando que não houve nenhuma ocorrência durante o dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele reconheceu que a postura das forças de segurança durante os atos de domingo foi falha, no entanto, disse que o governo federal também tinha a “obrigação” de saber dos fatos. “Temos um novo governo constituído. O ministro da Justiça (Flávio Dino) poderia ter agido, não só a PMDF. Portanto, a culpa não deve ser jogada só no governador”, reagiu, ponderando que, caso haja evidências, Ibaneis será punido “dentro da sua esfera de poder”.

Presidente da Câmara Legislativa e aliado próximo de Ibaneis Rocha, Wellington Luiz (MDB) foi enfático ao falar sobre os atos. “Isso jamais pode se repetir em nossa República”, frisou. Sobre a instauração da CPI, o distrital disse concordar, mas, assim como Robério, pediu que tudo seja feito com calma. “Na minha opinião, foi um ato de terrorismo, mas precisamos ser imparciais nesse julgamento, por isso a criação da comissão”, destacou. Durante a sessão, alguns deputados se reuniram com a vice-governadora, Celina Leão (PP), a portas fechadas, para tratar sobre os atos.

Fonte: CB

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