Bicampeã olímpica Thaísa, chama responsabilidade, incendeia o jogo e leva seleção à quinta vitória
A explosão no fim resumiu o alívio. Mas foi uma noite longa até chegar ali. Em meio a erros e reações, o Brasil precisou lidar com diferentes cenários em mais de duas horas de jogo para bater a Sérvia no ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Ao se impor no tie-break, chegou à quinta vitória na Liga das Nações: 3 sets a 2, parciais 23/25, 25/22, 21/25, 25/12 e 15/11.
Foi um jogo confuso. Por mais de uma vez, o Brasil pareceu se desligar em certos momentos. Assim, abriu espaço para que a Sérvia causasse estragos. Mas o time de Zé Roberto tinha Thaísa em quadra. Ao chamar a responsabilidade, a bicampeã olímpica incendiou o time e liderou a seleção à reação diante de um rival difícil. Foi a melhor em quadra no momento mais decisivo.
Com a vitória, o Brasil pula para a terceira posição – mas pode cair para quarto em caso de vitória da China, invicta, contra a Bulgária nesta sexta. A seleção volta à quadra neste sábado, contra a Alemanha, às 14h. O sportv2 transmite.
1° set – Brasil erra muito, ensaia reação, mas Sérvia sai na frente
Um erro de Bjelica abriu a conta. As falhas no começo, porém, não ficaram restritas ao lado de lá. Depois de dois vacilos em sequência, a seleção viu as rivais marcarem 6/4 no placar. Zé Roberto não esperou para parar o jogo. Não foi o início dos mais bonitos. Diante de um Brasil fora do tom, a Sérvia cresceu e disparou: 14/7. O passe, que funcionara tão bem em boa parte da estreia, teimava em não encaixar.
A seleção tentou reagir na marra. Se faltava inspiração, sobrava luta. A diferença chegou a cair para quatro pontos. A Sérvia, porém, descolou de novo no placar e abriu 18/12. Zé Roberto, então, parou o jogo mais uma vez. Funcionou. O Brasil marcou três pontos seguidos, e foi a vez de Guidetti parar o jogo. A sequência até foi interrompida, mas a seleção se manteve firme. Rosamaria, com uma pancada, fez a diferença cair para um ponto. O empate veio logo depois, em um ataque para fora das sérvias. A reação, porém, escapou pelas mãos. Depois de um novo erro, fim de set: 25/23.
2° set – Entre altos e baixos, Brasil deixa tudo igual
Bjelica saltou e encheu o braço para abrir o set. Mas o Brasil tentou manter o ritmo da reação no fim da parcial anterior. Em uma pancada de Pri Daroit, melhor do time em quadra,, a seleção marcou 4/2 e voltou a animar a torcida. O time diminuiu os erros e pareceu deslanchar. Em mais um ataque de Kisy, o Brasil abriu 11/7. As falhas, porém, ainda apareciam e levavam Zé Roberto à loucura à beira da quadra. Após uma delas, o técnico parou o jogo e tentou arrumar a casa.
Quando a Sérvia diminuiu a diferença para apenas dois pontos, em 11/9, Zé Roberto mandou Maiara Basso à quadra no lugar de Julia Bergmann. As rivais chegaram a empatar a partida, mas um ace da ponteira fez a seleção voltar a abrir. Maiara entrou bem. Melhorou o passe e se mostrou mais eficiente na virada de bola. Mas, quando o Brasil parecia tomar o controle do jogo, um descuido dava nova vida à Sérvia. Ainda assim, em meio a tantos altos e baixos, a seleção empatou a partida depois de fechar com Pri Daroit: 25/22.
3° set – Brasil volta a errar muito, e Sérvia retoma dianteira
Na volta à quadra, nenhum dos times conseguiu desgrudar no placar. Mas, quando a Sérvia marcou 8/6, Zé Roberto não quis esperar. Parou o jogo e tentou arrumar a casa. Não funcionou: os erros ainda estavam ali. Eram muitos e em sequência. Mais uma vez, pouco parecia dar certo. Macris, sempre tão precisa, parecia não se entender com as atacantes àquela altura. Ainda assim, o Brasil se manteve na briga. No ace de Thaísa, a diferença caiu para um ponto: 12/11.
Ao explorar o bloqueio rival, Maiara Basso colocou o Brasil à frente pouco depois, em 13/12. A vantagem não durou muito. A Sérvia se recuperou e abriu 15/13. O time parecia desatento. Depois de Maiara salvar bela bola, Macris e Nyeme não se entenderam, e a bola foi tranquila ao chão. Mas, na base da vontade, mais uma vez, o Brasil foi buscar. No bloqueio de Thaísa, tudo igual: 18/18. Só que a reação acabou por aí. A seleção permitiu que a Sérvia voltasse a abrir até fechar o set em 25/21.
4° set – Brasil reage, atropela e força o tie-break
No fim do set, Zé Roberto deu um susto. Ao sentir dores no braço e no ombro, foi atendido pelo fisioterapeuta Fernando Fernandez, o Fernandinho. Seguiu em quadra, porém, e viu de perto um começo melhor do Brasil, que abriu 4/1. Era até difícil explicar. No bloqueio de Kisy, a seleção abriu 9/2. Era outro jogo. Em um erro de ataque de Uzelak, o placar marcou 13/3.
De repente, virou um atropelo. No bloqueio de Macris, 15/4 no placar. A Sérvia até tentava reagir, mas pouco conseguia fazer diante da vantagem do Brasil. Com dois pontos seguidos, Carol fez a seleção disparar em 20/8. O Brasil ainda desperdiçou algumas chances de antecipar o fim, mas nem precisou de muito esforço para fechar em 25/12 e garantir o tie-break.
5° set – Thaísa dispara e guia Brasil à vitória
Kisy abriu vantagem ao marcar os dois primeiros pontos do tie-break. Thaísa, fundamental àquela altura, fez a vantagem abrir em 5/2 com três pontos em sequência, sendo dois de bloqueio. A central, muito bem desde o set anterior, parecia chamar a responsabilidade. A Sérvia ainda ameaçou voltar à briga, mas mandou suas chances à rede em dois saques errados. No fim, Thaísa – tinha de ser – fechou o jogo com mais um bloqueio: 15/11.
Fonte: GE