Jovem tentou defender irmã que foi agredida por policial; família diz que ele passou por cirurgia e está fora de perigo. Militar alega legítima defesa
Um policial militar atirou na perna de um adolescente de 16 anos durante uma briga de trânsito, na noite desta terça-feira (22), em frente a um condomínio no Jardim Botânico, no Distrito Federal. O jovem foi baleado após tentar defender a irmã de uma agressão cometida pelo militar.
Segundo as testemunhas, a confusão começou após a irmã da vítima, de 18 anos, bater com uma motocicleta no carro do policial, que faz parte do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Ele teria pedido a habilitação da jovem, que não tem o documento e estava sem capacete na hora do acidente. Após a família dela chegar ao local, as agressões começaram.
O advogado do policial militar disse que foi a família quem iniciou as agressões e que o PM atirou em legítima defesa. Já a Polícia Militar afirma que os disparos foram feitos para cessar as agressões e que o policial estava “com o receio de ter sua arma tomada e utilizada contra si” (veja íntegra da nota abaixo).
O caso é investigado pela 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião. Até a última atualização desta reportagem, a Polícia Civil não havia informado o nome do policial militar e se ele está preso.
O carro do PM, que foi apedrejado, foi levado para a delegacia, onde vai passar por perícia. O adolescente atingido pelo tiro passou por cirurgia e não corre risco de vida.
Cirurgia
O jovem atingido pelo disparo feito pelo policial militar foi levado pelo Samu para o Hospital de Base. Segundo a família, o adolescente foi atingido no joelho e teve uma fratura exposta no fêmur.
Na madrugada desta quarta-feira (23), ele passou por cirurgia para retirar a bala. O rapaz passa bem e não corre risco de vida. O pai dos jovens também foi agredido no rosto pelo policial militar.
Ele disse que estava trabalhando em casa, quando recebeu uma ligação da filha falando que tinha se envolvido em um acidente. “O rapaz [estava] todo transtornado, falando que minha filha não podia sair do local”, disse.
“Falei que ia resolver. Ele deu uma mata leão na minha filha, jogou ela no chão. Na hora, eu parti para cima. Meu filho vinha chegando com a minha identificação, ele desferiu três tiros no meu filho”, afirma o homem.
Ele disse que, nesse momento, muitas pessoas se reuniram em volta da confusão. “Eu fui para cima dele de novo. [Ele] bateu com o revólver no meu rosto. Todo o tempo me chamando de ‘viado’, mandando eu ir para cima dele”, conta.
O que diz a Polícia Militar
Nesta terça-feira (22), às 19h30, uma jovem inabilitada colidiu contra carro de policial militar e tentou se evadir.
Não conseguindo, chamou familiares que tentaram a todo custo retirar a jovem do local a fim de evitar os procedimentos de trânsito legais.
Diante disso os ânimos se exaltaram, e, em meio à confusão 3 pessoas iniciaram a agressão ao policial que na tentativa de cessá-las e com o receio de ter sua arma tomada e utilizada contra si, efetuou dois disparos em direção ao chão, onde um veio atingir o menor de 16 anos na perna.
O policial teve o seu veículo apedrejado, no qual se encontrava o seu filho de 9 anos que a fim de se proteger saiu do carro e tentou fugir das agressões.
Os familiares ainda ameaçavam o policial dizendo para pegar uma faca para feri-lo.
O jovem foi socorrido pelo Samu. Após a chegada da PMDF, os envolvidos foram conduzidos à 30ª DP.
Fonte: G1