Nos cinco primeiros meses de 2023, Disque 100 registrou 1.131 denúncias na capital. DF perde apenas para Rio de Janeiro em números de casos
O Dia de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa é celebrado nesta quinta-feira (15), mas o Distrito Federal não tem pouco o que comemorar. De acordo com um levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a capital está em segundo lugar no ranking de denúncias de violência contra idosos no país.
Nos cinco primeiros meses de 2023, o Disque 100 do governo federal registrou 1.131 denúncias de violência contra pessoas da terceira idade, mas no mesmo período de 2022, foram 733. O DF perde apenas para o Rio de Janeiro em número de registros, e é seguido pelos estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Segundo o Instituto de Pesquisa e Estatística (IPEDF), a população idosa do DF é de 365.514 pessoas, equivalente a 11,84% da população total.
São vários os tipos de violência a que os idosos estão expostos. As principais são:
- violência psicológica: insultos, menosprezo, agressões verbais ou gestos que afetem a autoimagem;
- abuso financeiro;
- negligência.
De acordo com a juíza coordenadora da Central Judicial do Idoso, Monize Marques, a maior parte das violências é praticada no contexto doméstico, por filhos em relação aos seus pais.
“Os dados de 2022 revelam que 65% das violências são praticadas pelos filhos em relação aos seus pais. Essa é a maior dificuldade da Justiça, tendo em vista que é uma violência velada, que acontece em um contexto de proteção, de sigilo da própria família”.
A juíza afirma ainda que, muitas vezes, a pessoa idosa tem vergonha de procurar ajuda por temer comprometer sua relação com a família.
“O fato de ser uma violência doméstica faz com que todo o sistema de Justiça seja sensibilizado não somente para uma situação de repressão, mas principalmente para fortalecimento de vínculos e reestruturação da família”, explica a juíza.
Como denunciar
Além do Disque 100, as denúncias de violência contra idosos podem ser feitas na Ouvidoria do MPDFT, pelo telefone 0800 644 9500 ou pelo formulário eletrônico.
O Fórum de Brasília também conta com atendimento na Central do Idoso, das 12h às 19h.
Fonte: G1