Mostra está disponível na Biblioteca Nacional de Brasília e reúne 16 produções de alunos das agremiações
Começou nesta segunda-feira (5) a exposição de fantasias carnavalescas na Biblioteca Nacional de Brasília. A mostra reúne 16 produções de alunos das agremiações que vão desfilar nos próximos dias 23, 24 e 25, e está instalada no hall de entrada do equipamento público.
As obras são resultado de uma oficina de confecção de vestuário, ministrada em abril pelo carnavalesco Milton Cunha. Foi a última etapa do projeto Escola do Carnaval, promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), que levou conhecimento sobre a folia para mais de 1,4 mil pessoas e mobilizou aporte superior a R$ 2,3 milhões.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, afirma que a exposição, junto com o desfile que será realizado em breve, representa o renascimento do Carnaval em Brasília. “O samba está presente na construção da nossa cidade. E tanto a exposição quanto o desfile mostram que a linguagem dessa arte pode ser mais sofisticada. Temos uma linha direta dessa exposição com a cultura ibero-americana… é demonstração muito forte para que as escolas de samba do DF ressurjam das cinzas e que alcancem voos magníficos na história de Brasília”, frisa o gestor.
Para confeccionar as fantasias, os alunos se inspiraram no tema Brasília como a capital da Cultura Ibero-americana. A partir daí, surgiram roupas com cores, texturas e estampas da Guatemala, Uruguai, Espanha, Portugal, entre outros países, misturados aos símbolos brasileiros. Os modelos em exposição não serão usados em desfile.
“Formamos carnavalescos de altíssimo padrão”, afirma a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Sol Montes. “Mas, os maiores ganhos que tivemos foram o desenvolvimento humano e o aumento da autoestima das comunidades. Provamos que conseguimos fazer Carnaval só com prata da casa”, completa.
“São 16 roupas da melhor qualidade. Esse trabalho final é resultado de um profundo esforço de imersão na cadeia artística e no processo produtivo das escolas de samba. É um atestado da criatividade e do talento do artista brasiliense”, avalia Milton Cunha. A exposição ficará na Biblioteca Nacional de Brasília até o dia 19 de julho.
Uma das fantasias foi produzida pelo coordenador da escola Acadêmicos da Asa Norte, Cláudio Melo, 52 anos. Ele conta que misturou elementos da dança flamenca e do forró. “Coloquei o que encontrei em comum com os dois países, Brasil e Espanha, a partir de pesquisa. Tem tanto a dançarina flamenca, quanto a forrozeira”, diz. “O que aprendemos foi isso: trazer ao público elementos que possam mostrar o que queremos dizer, ainda que não seja de forma clara, mas inconsciente”, detalha.