Engenheiro de Minas Gerais ganhou vaga em sorteio e virou o primeiro turista espacial do país; veja vídeos e fotos. Ele fez voo suborbital de cerca de 10 minutos
O engenheiro de produção mineiro Victor Correa Hespanha, de 28 anos, decolou por volta das 10h25 (horário de Brasília) deste sábado (4) e se tornou o primeiro turista espacial do país e o segundo brasileiro a ir ao espaço.
Ele participou de um voo da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos, no Texas, nos Estados Unidos. Hespanha levou uma bandeira do Brasil e ocupou o assento número 2 da missão, que tinha outras cinco pessoas e durou cerca de dez minutos.
A jornada foi idêntica à que o próprio Bezos fez em julho passado. Desta vez, todos os seis tripulantes eram turistas espaciais – não havia um astronauta profissional a bordo, e a nave não precisa de piloto.
O voo foi do tipo suborbital, uma espécie de “bate-volta”. Nessa modalidade, o foguete alcança uma altitude máxima – cerca de 100 km – e depois cai em queda livre de volta à Terra.
O grupo deveria ter decolado em 20 de maio, mas a viagem foi adiada por questões de segurança, após uma vistoria no foguete.
A jornada de Hespanha ocorreu em uma época marcada pela corrida espacial de bilionários que querem investir cada vez mais no turismo fora da Terra e também na internet via satélite. É o caso da própria Blue Origin, de Bezos, e da SpaceX, de Elon Musk.
Hespanha é engenheiro de produção e conseguiu seu lugar na nave depois de comprar um token não fungível (NFT) pela Crypto Space Agency (CSA) por R$ 4 mil. A CSA sorteou a viagem entre os compradores, e o mineiro levou.
Antes dele, o único brasileiro a ter ido ao espaço era o astronauta e ex-ministro Marcos Pontes, que em 2006 passou oito dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Aquele era um voo orbital: Pontes decolou da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa Soyuz-TMA.
Victor Hespanha foi ao espaço 16 depois da única experiência anterior de um brasileiro nesse tipo de missão
Em entrevista concedida logo depois do sorteio que definiu seu nome como integrante da missão, o engenheiro afirmou:
“É assustador, nunca pensei [que conseguiria], sou pessoa comum, mas estou tendo essa oportunidade incrível. Isso é para mostrar que viagem ao espaço não é só coisa de bilionário”.
Fonte: G1