Janaína Araújo faleceu aguardando atendimento no Cras do Paranoá, em 17 de agosto. Corpo só foi liberado pelo IML nesta terça-feira (23), por determinação da Justiça
Janaína Araújo, a mulher de 44 anos que morreu enquanto aguardava atendimento na fila do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Paranoá, no Distrito Federal, é sepultada na manhã desta quarta-feira (24), no cemitério de Taguatinga.
O enterro ocorre sete dias após a morte de Janaína, em 17 de agosto, por conta de entraves no Instituto Médico Legal (IML). A companheira da vítima, Iomar Torres, era a única familiar dela em Brasília e precisou procurar a Defensoria Pública para comprovar que as duas viviam juntas e conseguir retirar o corpo.
O casal conviveu por 10 anos, mas não formalizou a união. Na manhã desta terça-feira (23), Iomar obteve a autorização da Justiça do DF.
Janaína estava na fila do Cras para pedir o Benefício de Prestação Continuada (BPC), porque tinha saúde debilitada e não podia trabalhar. Por conta dos problemas de saúde, quem vinha tentando o atendimento era Iomar. Mas no dia em que foi para a fila, Janaína passou mal e morreu.
Iomar lamentou a morte da companheira, mas diz que tem esperança de que a morte de Janaína possa ajudar outras pessoas. “Se eu conseguir que de alguma forma a morte dela seja para ajudar outras pessoas, eu tenho certeza que, onde ela estiver, vai estar muito feliz”, disse.
Atendimento nos Cras
Mesmo após o caso, as filas nos Cras continuam grandes, com pessoas dormindo em frente às unidades para conseguir atendimento. O problema ocorre pelo menos desde junho.
Nesta terça-feira (23), a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) instituiu uma parceria com o Corpo de Bombeiros (CBMDF) para ampliar o atendimento a quem precisa de inscrição ou atualização no Cadastro Único para os Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A portaria foi publicada no Diário Oficial (DODF) e já está em vigor.
O serviço do CadÚnico é um dos mais procurados por quem está nas longas filas por atendimento nos Cras. De acordo com a portaria publicada nesta terça, os bombeiros vão atender as famílias de baixa renda em locais a serem definidos pela Sedes, conforme maior necessidade e demanda.
Fonte: G1