Samu recebe, em média, 43 ligações de trote por dia no DF

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Central de atendimento do Samu, no DF — Foto: Agência Brasília/Reprodução

Segundo dados do órgão, no ano passado, foram 15.810 registros. Número é bem menor que em 2021, quando foram 26.443, mas chamadas falsas ainda atrapalham atendimento

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Distrito Federal recebeu 15.810 ligações de falsas emergências durante todo o ano de 2022. A média é de 43 trotes por dia, segundo os dados do órgão.

O número é o menor dos últimos quatro anos. Em 2021, foram registradas 26.443 ligações de falsas emergências. Já nos anos de 2020 e 2019, os números foram de 51.744 e 68.002, respectivamente. Mesmo assim, os trotes continuam a congestionar as linhas e impedir o atendimento rápido a casos de real urgência.

De acordo com o diretor do Samu, Victor Arimatea, a diminuição nos números está relacionada às iniciativas de conscientização.

“A gente consegue entender de várias maneiras a contribuição para a diminuição do trote. A divulgação nas mídias, que fazem um processo de fixação e atualização contínua da população. Assim como projetos como o Samuzinho, onde explicamos as nossas ações nas escolas, e atividades em locais públicos”, diz.

O Samu também percebeu a redução nas falsas emergências com a pandemia de Covid-19. “Teve uma redução significativa. Acredito que porque a saúde e o Samu estavam na mídia. Trouxe esse alerta e o estado de conscientização da importância da saúde. Mas é claro que o trote ideal é o zero”, explica o diretor.

Prejuízo aos atendimentos

Os operadores do Samu são treinados e, com a experiência, passam a perceber os indícios de um trote. No entanto, o órgão afirma que ligações desnecessárias congestionam as linhas.

“Existe um treinamento para cada um dos postos da central de regulação. O posto dos técnicos auxiliares de regulação médica é onde param a maior parte dos trotes, diria que 99%. Existe um protocolo e uma nota técnica, além do aprendizado. Por isso, eles já conseguem identificar o trote e impedir que chegue até a mesa do médico regulador e até o atendimento avançado nas ruas”, explica o diretor do órgão.

Porém, quando o trote acaba passando do primeiro filtro de atendimento na central, o prejuízo é ainda maior. “Quando acontece de ir uma viatura, é o que mais impacta. Temos uma demanda reprimida e precisamos utilizar os recursos de forma consciente. Quando acontece, é muito danoso. Porque a gente entende que um caso que precisa vai ficar sem uma viatura disponível”, diz Victor Arimatea.

“Todo trote em si prejudica o sistema. Se tenho a linha congestionada, uma quantidade de ligações não puderam ser atendidas e temos que atender. O trote em qualquer nível vai ter impacto porque afeta o atendimento de uma pessoa com urgência”, afirma.

Fonte: G1

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