Reforma no Teatro Nacional conta com o trabalho de 110 operários. Obras recebem acompanhamento especial para preservar a edificação, tombada como patrimônio histórico e artístico nacional
Cerca de 110 homens trabalham na primeira etapa da reforma da Sala Martins Pena do Teatro Claudio Santoro, que já tem mais de 50% das obras concluídas. A atual etapa é de instalações hidráulicas e elétricas, além de um novo sistema de combate a incêndios. Ao todo, o investimento do Governo do Distrito Federal (GDF) passa dos R$ 62 milhões na restauração do espaço.
Entre os trabalhos realizados na parte interna da sala, estão a montagem dos dutos de ar condicionado, a execução dos irrigadores de teto, e a instalação de hidrantes do Sistema de Proteção contra Incêndio e de instalações elétricas.
O progresso da obra segue em três etapas, avançando da parte externa para a interna e dos camarins para cima, subindo os quatro subsolos até alcançar a Sala Martins Pena e o palco. Os próximos passos incluem a conclusão do forro, a instalação dos dutos e a ligação tanto da parte elétrica quanto de ar condicionado e hidráulica.
Outros trabalhos em curso envolvem pintura dos novos banheiros, impermeabilização de áreas e reforma do subsolo, onde estão localizados os camarins. A estrutura metálica das escadas de emergência já está quase finalizada e o acabamento de pintura já teve início.
As equipes concentram-se também no reboco e no emassamento externo dos banheiros do foyer (que é o espaço que antecede a entrada do público), além da manutenção e revisão das varas cenotécnicas (estrutura de ferro construída ao longo do teto do palco).
Segundo a engenheira civil e fiscal da obra, Uyara Rodrigues Mendes de Freitas, também está em andamento a recomposição de pisos e escadas criadas para rota de fuga, além da montagem do elevador para acessibilidade aos camarins e ao palco da Martins Pena.
Acessibilidade
O projeto tem como um dos pilares dar acessibilidade e conforto para as pessoas com deficiência (PcD), trazendo rampas de acesso para quem tem limitações de locomoção e um elevador que dá livre acesso aos cadeirantes para todas as áreas do teatro, incluindo o palco, com autonomia.
“A gente teve a preocupação de fazer de forma delicada porque é uma estrutura robusta. Precisamos fazer alguns reforços, remanejamentos e isso levou alguns estudos, o que paralisou a frente de serviço. Isso causa também um pouco de atraso na obra. É importante as pessoas saberem que tudo isso está sendo feito para dar mais conforto para todos e para todos terem essa acessibilidade de estar na sala e poder assistir bem a uma peça, a uma orquestra”, reforça a engenheira da Novacap.
Preservação
A fiscal do projeto também destacou os desafios de fazer uma reforma em um local tombado como patrimônio público, pois é necessário preservar o máximo da edificação, conforme as orientações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Entre as obras protegidas, estão, por exemplo, os painéis de Athos Bulcão.
“Toda a orientação que a gente recebeu, a empresa contratada teve a delicadeza de fazer as proteções necessárias. Principalmente das obras de arte de Bulcão, que serão restauradas pela própria Secretaria de Cultura e Economia Criativa posteriormente”, observa. “O desafio foi, a quatro mãos, a gente conseguir definir quais são esses elementos, protegê-los e aí dar avanço no serviço”, completa.
Parte externa
Já na parte externa do Teatro Nacional estão sendo feitas as instalações hidráulicas para alimentação do reservatório, além dos acabamentos da sala do gerador e instalação de grades. Dois geradores serão instalados para atender a Sala Martins Pena e, na próxima etapa da obra, mais três para atender toda edificação.
As equipes também trabalham na estrutura para recebimento da cobertura das rampas das saídas de emergência e escadas, além dos serviços no reaterro da sala de máquinas e no Espaço Dercy Gonçalves.