No Summit BITS (encontro do business com a tecnologia estreando este ano no RIO2C) na terça feira, 04 de junho, a NETFLIX afirmou que todas suas movimentações têm foco nos fãs, ou fandom, negando a preponderância de algoritmos na tomada de decisões dentro da empresa, desde a escolha de que títulos incluir no catálogo até o próprio lançamento de cada produto. A empresa se situa entre as maiores do mundo a trabalhar no alinhamento entre tecnologia e conteúdo. Um parêntese: nesta edição do RIO2C, sobram expressões em Inglês. Fosse criação da geração Z, poderia achar meio sus, mas acho que é só marketing mesmo.
Na palestra mediada pelo presidente do SICAV, Leo Edde, compareceram Elizabetta Zenatti, vice presidente de conteúdo, Jana Borges, diretora sênior de marketing e Julio Neves, diretor de produto e promoção de conteúdo da NETFLIX BRASIL. Em exposição sobre a forma de decidir que produtos são desenvolvidos para a plataforma, Elizabetta salientou que os milhões de usuários da operadora de streaming são únicos e precisam ser tratados e ouvidos como indivíduos. Essa abordagem permite aos consumidores ter imenso poder de escolha e controle sobre os produtos consumidos. Isso levou à adoção de uma fórmula que mistura alcance expressivo, variedade e qualidade de programação, recomendações diferenciadas e engajamento dos fãs. O alcance supera o meio bilhão de pessoas no mundo. Haja histórias de qualidade para entreter tantas cabeças diferentes. Gêneros e formatos compõem um leque amplo para seduzir o público, tão exigente quanto os mais exigentes públicos. Por isso, o foco nos fãs. Zenatti arrisca dizer que não se baseia em algoritmos construídos a partir de dados. Há espaço para intuição. Também há espaço para o fracasso, pouco comum, mas presente numa operação desse tamanho. Julio Neves esclareceu que as sugestões de programas a serem assistidos são imaginadas desde a tela inicial do usuário, seja na tela da smart TV, do tablet ou do celular. A promoção do conteúdo começa antes mesmo do lançamento. Somados os esforços, chegam a 6 bilhões de impressões por mês em todas as redes sociais em que se fala sobre a operadora. Jana Borges falou sobre a criatividade utilizada no marketing para construir todo esse engajamento. Basicamente, as ações miram na criação de uma propaganda boca a boca entre o fandom da programação. Segundo ela, não existe verba capaz de atingir 270 milhões de residências com consumidores únicos, com mensagens únicas. A construção do engajamento dos fãs é a saída encontrada. É um conceito que chamam de “efeito Netflix”, responsável por 115 milhões de seguidores no ecossistema só no Brasil.
Tudo isso pode ser visto na apresentação das novidades apresentadas para o ano, resumidas no slogan “Só na Netflix”. Num clima festa de lançamento, Christian Malheiros e Juliana Paes falaram sobre os principais projetos que vem por aí nas telas em breve. Sintonia, do personagem Nando de Christian Malheiros, terá´NO AR sua quinta e última temporada. Juliana Paes mostrou um micro taster de Pedaço de Mim, “novela que não é novela”, prometida para o início do segundo semestre.
A atriz chamou uma breve entrevista com Paulo Coelho falando sobre o Diário de um Mago, que está virando filme com a bênção do escritor. Os dois também chamaram ao palco Luiz Lomenha, showrunner de Candelária, série sobre a chacina dos meninos no centro do Rio, em fase de finalização, outro prometido para este ano. Um documentário com Vini Jr. também está no forno. Outra produção que promete ter grande repercussão é Pssica, ambientada nos rios paraenses, de Belém até a Guiana, discorrendo sobre temas como sequestro e tráfico sexual de mulheres e a atuação dos ratos d’água (ladrões que atacam embarcações nos rios da Amazônia). Produção da O2 com direção de Fernando e Quico Meirelles. Também estará na tela inicial da plataforma uma ficção sobre Ayrton Senna, diferente da abordagem documental empreendida pela Rede Globo. Não dá para não falar numa aventura que está sendo produzida sobre um cachorro caramelo, primeira investida no gênero aqui no país.
É emocionante ver a presença marcante de produções brasileiras nas telas de um player internacional.