Inovação e criatividade apontam caminhos para EaD e para a universalização da Educação

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Universalização da Educação, RIO2C - Foto: Divulgação

Num espaço patrocinado pela PETROBRAS, um painel apresentou experiências na área da Educação
que vêm apresentando resultados bastante consideráveis. Carlos Souza, diretor geral da Udacity no
Brasil registrou um momento de retração no negócio, consequência de ajustes promovidos pela
matriz, visando adequar os custos. A partir de julho deste ano, os cursos oferecidos na plataforma
em Português serão descontinuados. A Udacity começou com o conceito de nanocursos, que são
cursos de curta duração. Todos os programas versam sobre tecnologias de ponta, preparando os
trabalhadores do amanhã. Já desde o início, quando percebeu a carência de mão de obra na área da
alta tecnologia.

Na verdade, a empresa começou após a constatação da demanda pelo professor da
Universidade de Stanford Sebastian Thrun, que também está inserido nos projetos do Google Glass e
dos carros autônomos da Google. Thrun decidiu oferecer gratuitamente para seus alunos na
universidade um curso de Introdução à Inteligência Artificial em 2011. A notícia correu e o curso
granjeou 160 mil inscrições, vindas de mais de 190 países. Vendo a oportunidade latente, o
acadêmico buscou parcerias de mão dupla com grandes desenvolvedores de alta tecnologia. Não
apenas na formatação e montagem dos cursos, mas também visando o aproveitamento profissional
dos “nanograduados”. Entre essas empresas, a própria Google, a Amazon, Mercedes Benz, NVIDIA,
IBM, AT&T e muitas outras. Dos 160 mil inscritos inicialmente, cerca de 40 mil conseguiram terminar
o curso. Isso apontou o primeiro grande desafio da EaD. O abandono e/ou a evasão de alunos. Bruno
Sanovicz, Diretor Executivo, DNA Conteúdo Digital destacou que não é o caso na Udacity, mas que
ele tem assistido com frequência a mera transposição de cursos presenciais para plataformas
digitais. Segundo ele, a utilização da abordagem clássica e industrial da educação presencial em
iniciativas a distância são a principal causa da desistência de alunos. Mesmo depois do advento dos
ambientes de MOOCs (Massive Open Online Courses), alguns educadores não entenderam a
necessidade de desenvolver conteúdos especificamente para transmissão a distância online.

Carla Uller, Gerente Executiva de Educação, Inovação Social e Comunicação, Oi Futuro – Foto: Divulgação

A montagem do programa educacional também pode fomentar a permanência do aluno no curso. Em
uma experiência que é desenvolvida em Recife e no Rio de Janeiro, a Oi Futuro implantou o
programa Nave – Núcleo Avançado de Educação. Esse programa de Ensino Médio abandonou o
modelo industrial de educação utilitarista e apontou sua bússola para novas tecnologias. Em um país
com quase 50 milhões de alunos, mais de 2 milhões de professores, o desafio é não permitir que
existam, hoje, mais de 1 milhão de alunos fora do Ensino Médio. Quase 50% dos que estão
matriculados não terminarão seus estudos. E, entre os que permanecem, 93% saem da escola sem
um nível satisfatório em Matemática. Quase metade apresenta a mesma deficiência em Língua
Portuguesa. E somente 10% recebem alguma formação técnica durante o Ensino Médio. O NAVE, em
suas duas escolas, adotou um novo modelo, com a integração do aprendizado de novas tecnologias
e a integração de conteúdos, sem seguir a sequência linear das escolas tradicionais.

A incorporação do ensino de habilidades das novas economias, como programação, design, audiovisual e robótica
favorece a não dissociação desses novos conteúdos das disciplinas tradicionais, como a Matemática,
a História e a Língua Portuguesa, por exemplo. As oportunidades são infinitas. Um aluno pode
empregar seus conhecimentos de Biologia para construir seu próprio modelo de corpo humano
impresso em 3D. Outro pode estudar História Medieval em um processo gamificado, em um
tabuleiro ou área de trabalho criado por ele próprio. Esses alunos também dispõem é o
aproveitamento desses formandos por empresas. A própria Oi tem programa de aquisição desses
talentos. Outra instituição que favorece a integração do aluno ao mercado profissional é a Fábrica de
Startups do Rio de Janeiro, associada à Ecole 42, instituição criada em Paris, França. Essas duas
iniciativas têm sede no Novo Porto do Rio de Janeiro. Ocupando uma área de 3200 m 2 , ela oferece a
comunidades carentes (em especial a do Morro da Providência, considerada a primeira favela.
brasileira) 450 posições de cocriação que podem atender até 1350 jovens que querem aprender e aprender a empreender.

HECTOR GUSMÃO, Presidente e Cofundador, Fábrica de Startups Brasil e
da École 42, revelou que o Fábrica abriga um auditório aberto para exposição de conteúdos
inovadores. A novidade principal é que a ponte construída com a comunidade, permitiu trazer para a
Fábrica membros dessa comunidade, com um ensino colaborativo, sem cobrar dos alunos, e vão
permitindo aos estudantes começarem a levar dinheiro para casa em 6 meses. ”Não é preciso
esperar 4, 5 anos para começar a ganhar dinheiro por meio de seu trabalho”. PHP, HTML, e outros
novos conhecimentos vão permitindo aos alunos ingressarem em uma galáxia de atividades para
livre escolha. Seja cibersegurança ou desenvolvimento de aplicativos Android. Essas iniciativas
mostram como é possível discutir as relações entre o saber e a dominação. Com inovação e
criatividade, é totalmente viável oferecer à sociedade condições de aprendizado de um
conhecimento que não só lhe vai ser útil durante toda a vida, mas também lhe permitirá atuação
livre, de acordo com a ideia do destino completo da humanidade.

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