Ibaneis confirma retorno de Anderson Torres para Secretaria de Segurança Pública

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O ministro da Justiça, Anderson Torres, em imagem de dezembro de 2021 — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Informação foi confirmada nesta segunda-feira (26). Atual ministro da Justiça do governo Bolsonaro chefiou pasta local durante maior parte do primeiro mandato de Ibaneis; no ministério, se envolveu em polêmicas

O governador Ibaneis Rocha (MDB) confirmou nesta segunda-feira (26), que Anderson Torres, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), vai chefiar a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), a partir do próximo dia 2 de janeiro.

Torres retorna à pasta após comandá-la pela maior parte do primeiro mandato de Ibaneis. Entre 2019 e março de 2021, ele chefiou a SSP-DF e deixou o cargo para assumir o posto no governo federal, no qual se envolveu em polêmicas (veja mais abaixo).

Segundo o governador, a nomeação de Torres ocorrerá um dia após a posse dos governos local e federal, em Brasília, em meio a uma escalada de tensões. O atual secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, voltará para a Polícia Federal, onde é delegado de carreira, de acordo com o governador.

Polêmicas de Anderson Torres

o pedido para retornar à pasta partiu do próprio Anderson Torres, e causou reações em integrantes da equipe de transição do presidente eleito Lula (PT) e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já que Anderson Torres é considerado “homem forte” de Bolsonaro, e a escolha ocorre em meio a uma escalada de tensões.

No dia do 2º turno das eleições, a Polícia Rodoviária Federal – que fica na alçada do Ministério da Justiça – parou centenas de ônibus que transportavam eleitores, principalmente no Nordeste, onde Lula tem ampla vantagem.

Torres também esteve com Bolsonaro ao pedir a abertura de investigar institutos de pesquisa e supostas irregularidades nas inserções de rádio da propaganda eleitoral do presidente, suspeitas que acabaram rejeitadas pela Justiça Eleitoral.

Segundo a colunista Andreia Sadi, durante os bloqueios golpistas em rodovias ocorridos após as eleições, o ministro da Justiça fez – na visão de ministros do STF – ”jogo duplo”: a integrantes da Corte, dizia que as polícias sob sua alçada não tinham efetivo suficiente para superar a crise.

A justificativa, porém, foi vista como uma jogada do governo Bolsonaro para tentar colocar militares nas ruas, confundindo a população com a imagem de fardados em meio a manifestações ilegais.

Quando o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), aliado de Bolsonaro, atacou policiais federais ao resistir a uma ordem de prisão expedida pelo STF, Torres foi escalado pelo presidente para ir ao local. Segundo Sadi, ele só desistiu por receio de ser investigado por prevaricação.

No caso do bolsonarista preso por montar um explosivo perto do Aeroporto de Brasília, no dia 24 de dezembro, Torres disse que acionou a Polícia Federal para ajudar nas investigações, e que é “importante aguardarmos as conclusões oficiais, para as devidas responsabilizações”.

Questionado sobre as preocupações, Ibaneis respondeu: “Não teremos qualquer problema”.

Fonte: G1

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