Segundo sobrinho de Jonair Alves, veículo que faria transferência do tio de hospital apresentou ‘problema no radiador’ e outras duas ambulâncias também estavam quebradas
Um homem de 62 anos morreu sem conseguir uma ambulância que faria a transferência de hospital em Ceilândia, no Distrito Federal. A família de Jonair Alves da Silva entrou com um processo na Justiça contra a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) e denunciou o caso na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF).
A morte foi em junho de 2023. A SES-DF não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Segundo o sobrinho de Jonair, Renato Silva Araújo, seu tio estava internado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) e precisava ser transferido para um hospital particular na Asa Sul. No entanto, a ambulância que levaria o paciente apresentou “problema no radiador”. Outras duas ambulâncias que estavam no local também estavam quebradas, segundo Renato.
Na última semana, um bebê de 1 ano de idade também morreu enquanto esperava por uma ambulância da UTI Vida – que tem contrato de prestação de serviços com o GDF. O bebê, Enzo Gabriel, estava entubado na UPA do Recanto das Emas e aguardava a transferência para a UTI do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
Mais de 12h de espera
O sobrinho de Jonair conta que a vaga na UTI que seu tio precisava surgiu às 9h. No entanto, por causa dos problemas com as ambulâncias, a transferência só foi feita às 22h30. Após as mais de 12h de espera, Jonair não resistiu e morreu, no dia 14 de junho de 2023.
O paciente havia dado entrada no HRC cinco dias antes, no dia 9 de junho, com sintomas de AVC. Segundo Renato, à época, a médica da unidade mandou o tio de volta para casa, apesar da família ter alertado sobre a gravidade do estado de saúde de Jonair.
No dia 12 de junho, três dias depois da alta hospitalar, ele passou mal e a família teve dificuldades para conseguir uma ambulância. “Teve aquela demora porque passa pelo médico, aí o médico fica ali fazendo várias e várias perguntas para ver se vai disponibilizar a viatura ou não, e o caso dele já estava grave”, conta Renato.
Fonte: G1