Homem é preso após abandonar mãe em hospital

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Idosa sentada em cadeira, em imagem ilustrativa — Foto: Reprodução EPTV

Caso ocorreu no Hospital Militar de Brasília. Vítima tem 93 anos e recebeu alta há mais de 30 dias

Um homem foi preso, nesta quarta-feira (17), após abandonar a mãe no Hospital Militar de Brasília (HMAB). A idosa, de 93 anos, recebeu alta há mais de 30 dias, e o filho se recusou a retirá-la do hospital e levá-la para casa.

Lauro Estevão Vaz Curvo, de 63 anos, foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito e depois para a carceragem. Ele foi preso pelos crimes de abandono de idoso em hospital e de indução de pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração.

As penas podem chegar até sete anos de reclusão. A prisão foi feita em flagrante por policiais da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

Em nota, o HMAB afirmou que informou diversas vezes sobre a necessidade “do acompanhamento permanente à mesma durante a internação” (veja íntegra abaixo). A defesa de Curvo é feita por meio da Defensoria Pública do DF que disse que só vai se manifestar em juízo (veja mais abaixo).

De acordo com a delegada Ângela Maria dos Santos, “o autor do crime teve inúmeras chances para buscar a mãe e afirmou que não tinha condições”.

“Ele falava que não tinha condições, sendo que ele estava administrando o dinheiro da mãe, de uma forma que a gente vai investigar se ele estava se apropriando do dinheiro dela. O hospital ofereceu homecare, ambulância, mas ele não aceitava, pois tinha que comprar uma alimentação especial. Ele foi no hospital falar que iria pegar, mas chegou lá e se recusou a pegar a mãe. Neste momento, foi preso em flagrante”, conta a delegada.

A idosa continua no hospital. A Decrin está em contato com outro filho da mulher e também com o Ministério Público.

Segundo a Defensoria Pública, Lauro Curvo deve passar por audiência de custódia na sexta-feira (19).

Acusado de abuso sexual de pacientes

Segundo a Polícia Civil, além do abandono da mãe, Lauro Estevão Vaz Curvo, teve o registro profissional médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) em 2021.

O ginecologista havia sido condenado em 2013 por abusar sexualmente de duas pacientes durante consultas. De acordo com o processo, os crimes ocorreram em 2009 e 2010, no Centro de Saúde 1, em São Sebastião.

As vítimas contaram que Lauro as tocou de forma indevida durante exames. À época, uma delas tinha 17 anos e estava grávida.

O que diz o HMAB

“O Comando Militar do Planalto (CMP) e o Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB) informam que:

1) A paciente, de 93 anos, está internada no hospital desde o dia 4 de abril de 2023. A idosa deu entrada no hospital, após ser transferida por hospital da rede credenciada, para ser avaliada sobre a possibilidade de atendimento domiciliar.

2) Durante todo o período de internação, por inúmeras vezes, o filho da paciente, Sr Lauro Estevão Vaz Curvo, que se apresentou como responsável pela mesma, se ausentou do acompanhamento à idosa sem deixar outro acompanhante ou cuidador, embora alertado e orientado diversas vezes sobre a necessidade imperiosa do acompanhamento permanente à mesma durante a internação.

3) No dia 28 de abril de 2023, após a conclusão de tratamento infeccioso, a equipe médica do hospital deu alta hospitalar à paciente, com a indicação da realização de fisioterapia e fonoaudiologia em domicílio. Desde então, foi dada ciência ao responsável sobre a liberação da idosa para a sua residência, no intuito, inclusive, de preservá-la de um possível novo quadro infeccioso hospitalar.

4) No dia 4 de maio de 2023, o HMAB enviou uma notificação formal ao filho da paciente para que a idosa fosse conduzida para casa, mas não teve êxito, persistindo, assim, as ações e omissões protelatórias e a situação de acompanhamento intermitente.

5) Diante das constantes omissões do familiar, no dia 12 maio de 2023, com o intuito de buscar uma solução que garantisse a preservação da saúde e o direito ao acompanhamento da idosa, a Direção do Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB) encaminhou uma notificação à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin-DF).

O Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB) também informa que, no momento, a paciente permanece internada e encontra-se estável, em condições de alta hospitalar e em plenas condições de dar continuidade às condutas terapêuticas de fisioterapia e de fonoaudiologia em domicílio, já tendo, inclusive, a autorização do FuSEx para a assistência necessária a ser prestada por empresa credenciada para os respectivos serviços. A Direção do hospital determinou, ainda, o acompanhamento permanente à idosa, por meio de escala de pessoal do próprio hospital militar, em rodízio.”

Fonte: G1

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