Média é de 60 casos por dia. Número representa 28% de todas denúncias feitas em 2022; tal tipo de violência é crime e pode ter pena de dois meses a um ano de reclusão, além de multa
Só nos quatro primeiros meses de 2023, a Polícia Civil do Distrito Federal recebeu mais de 7.011 denúncias de maus tratos contra idosos, uma média de 60 por dia. O número é 28% de todos os casos registrados em 2022.
No ano passado, de janeiro a dezembro, foram 24.692 casos. A violência contra o idoso é crime e pode ter pena de dois meses a um ano de reclusão, além de multa.
Um aposentado de 65 anos, que tem demência e outros problemas de saúde, sofreu negligência na própria casa, entre 2019 e 2021. O tutor era o pastor Carlos Mendes de Carvalho, de 68 anos, irmão mais velho da vítima.
Ele havia sido escolhido entre os seis irmãos como responsável pelo idoso e administrava sua aposentadoria, mas o restante da família conta que começou a enfrentar dificuldades para visitá-lo. Hoje, outra irmã é responsável pela tutela da vítima. Ela lembra a situação em que encontrou o irmão doente após contratar um chaveiro para abrir a casa.
“Babando, com a cabeça baixa. Nítido que ele estava dopado. Não falava nada, não interagia. E magérrimo, cada dia mais ‘caveira’”, conta a mulher, que preferiu não ser identificada.
A 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II, investiga o caso. O suspeito foi indiciado pelos crimes de estelionato e de maus tratos contra idoso. Desde fevereiro, ele responde a um processo na Justiça.
Segundo o delegado Laércio de Carvalho, a pedido do Ministério Público, novas diligências estão sendo feitas para investigar também os crimes de falsidade ideológica e de violência financeira.
“Encontramos uma situação degradante de maus tratos, que estava sem medicação adequada, sem higiene, com escaras pelo corpo. Situação de absoluto abandono em todos os aspectos”, relata o delegado..
O homem também é suspeito de ter forjado uma procuração para agir em nome do irmão. Foram contratados empréstimos de quase R$ 155 mil. A Polícia pediu a prisão do denunciado, mas a Justiça negou e o pastor responde ao processo em liberdade.
Fonte: G1
