Em uma partida irretocável de Carol, dona de dez bloqueios, seleção se impõe diante da favorita e volta à disputa do título depois de 12 anos. Equipe encara Sérvia no próximo sábado, às 15h
A história que o Brasil queria contar talvez não tivesse tanto drama. Mas, diante daquela que era apontada como a maior favorita, era impossível não sofrer um tanto. A seleção de José Roberto Guimarães soube lidar com qualquer pressão para voltar a vencer a Itália neste Mundial. Ao se impor nos bloqueios de uma incansável Carol, ignorou os 30 pontos de Paola Egonu para garantir seu lugar na briga pelo título. Em 3 sets a 1, parciais 25/23, 22/25, 26/24 e 25/19, o Brasil avançou à decisão em Apeldoorn em busca da conquista inédita.
A seleção volta à final de um Mundial depois de 12 anos – a última foi em 2010, contra a Rússia. No próximo sábado, o Brasil vai em busca de seu primeiro título mundial contra a Sérvia. As duas seleções se enfrentam na decisão em Apeldoorn, às 15h.
Novidade no time titular, foi Rosamaria quem abriu a conta, ao explorar o bloqueio de Egonu. Grande arma do time rival, a oposta mostrou seus méritos logo no início, com uma pancada, sem defesa de Nyeme. A Itália até tomou a frente, mas um bloqueio de Macris sobre Sylla colocou o Brasil à frente em 5/4. Pouco depois foi a vez de Carol, sozinha, fechar a porta para o ataque italiano. Em uma bola de Gabi pelo meio, a seleção chegou a 9/7. Era um início equilibrado. Ao explorar o bloqueio brasileiro, Egonu deixou tudo igual em 9/9.
A Itália, porém, conseguiu abrir. No ace de Bosetti, as rivais marcaram 14/11. Zé Roberto, então, parou o jogo pela primeira vez. Aos poucos, o Brasil buscou. Em um erro de Egonu, a seleção deixou tudo igual no placar, em 15/15. Foi a vez de Mazzanti parar do outro lado. A Itália voltou a abrir, mas a seleção foi buscar na inversão. Depois de belo saque de Rosamaria, Kisy apareceu bem para deixar tudo igual. Na sequência, a oposta reserva parou o ataque de Egonu pelo meio e colocou o Brasil na dianteira: 21/20.
Na tensão da reta final do set, o jogo cresceu. Foi a vez de Carol Gattaz parar o ataque italiano no bloqueio e marcar 22/21 pouco depois. Era junto à rede que o Brasil se mostrava forte. Carol, mais uma vez, fez a seleção chegar ao set point em 24/22. A Itália até evitou o primeiro, mas um ataque de Egonu para fora fechou a conta: 25/23.
O paredão seguiu montado na volta à quadra. Lorenne abriu a conta ao parar o ataque de Bosetti. Rosamaria era outro destaque. Em dois ataques em sequência, fez o Brasil abrir 5/3. A seleção seguiu firme. Lorenne, com bela largadinha, fez o placar chegar a 8/5. Mazzanti, então, parou o jogo mais uma vez. Foi a senha para a Itália buscar e chegar a 9/9 no ataque de Pietrini. A virada veio com um bloqueio de Egonu sobre Lorenne. Foi a vez de Zé Roberto parar o jogo.
O Brasil virou e abriu pelas mãos de Rosamaria. Qualquer vantagem, porém, não era definitiva àquela altura. Egonu, mais uma vez, colocou a Itália à frente em 16/15. A própria oposta, porém, deixou o placar empatado ao atacar para fora na sequência. A partir dali, ninguém mais desgrudou. Mas, na contagem ponto a ponto, a Itália chegou ao set point depois de um ataque para fora de Gabi. Zé Roberto pediu tempo, mas não conseguiu evitar o fim da parcial. Sylla, na sequência, marcou 25/22.
Uma pancada de Rosamaria abriu a conta no terceiro set. O Brasil chegou a abrir 4/2, mas Lubian, com um torpedo no saque, deixou tudo igual naquele início. Só que o time de Zé Roberto conseguiu desgrudar mais uma vez. Em um bloqueio de Gabi sobre Egonu, a seleção marcou 7/4 e viu o técnico rival pedir tempo. Pouco depois, Gabi fechou a rede mais uma vez e colocou 9/5 na conta. Quando Rosamaria encheu o braço para dar fim ao melhor rali do jogo, a seleção marcou 10/6, e a Itália parou o jogo mais uma vez.
Àquela altura, o Brasil dominava. Em mais um erro de Egonu, o placar marcou 13/9. A Itália ameaçou reagir, mas Carol e Lorenne, em sequência, fizeram o Brasil abrir 18/14. As rivais, porém, chegaram. Em uma queda de ritmo da seleção, Sylla fez a diferença cair para um ponto (20/19). O empate veio com Egonu, explorando o bloqueio brasileiro: 21/21. Em um vacilo de Nyeme, que tentou forçar um passe para Gabi, a seleção se complicou. A Itália passou à frente na sequência, e Zé Roberto pediu tempo.
A Itália chegou ao set point, mais uma vez, com Egonu. Só que o Brasil teve sangue frio para voltar à frente. À base da marra e da vontade, a seleção chegou à virada. Lorenne, com uma pancada, fechou o set em 26/24.
Com direito a três bloqueios de Carol em sequência, o Brasil abriu 4/0 no quarto set. Mas não era possível relaxar – e o Brasil relaxou. No ataque de Egonu, tudo igual no placar em 6/6. Só que a seleção sabia se manter firme mesmo nos momentos mais difíceis. Foi a senha para que o time disparasse. Gabi, com belo ataque no fundo, marcou 14/7. Mazzanti, mais uma vez, parou o jogo.
A Itália ameaçou buscar. Saiu de 21/12 para 22/17 e fez com que qualquer torcedor mais pessimista temesse o pior. Só que o Brasil conseguiu ignorar qualquer reação para ir à final. A decisão se confirmou da única forma que poderia ser. Carol, em mais um bloqueio, fechou a conta: 25/19.