Ponteiro, em seu melhor jogo pela seleção, se impõe contra rivais e guia seleção rumo à próxima fase. Equipe chega à sétima semifinal seguida da competição e segue firme em busca do tetra
Não valia medalha, é verdade. Mas, em busca da semifinal do Mundial, o Brasil viu chance de dar o troco contra um velho rival. E não desperdiçou. Pouco mais de um ano depois de perder a disputa pelo bronze nas Olimpíadas de Tóquio, a seleção dominou o clássico e bateu a Argentina em Gliwice, na Polônia. Em 3 sets a 1, parciais 25/16, 23/25, 25/22 e 25/21, a equipe se garantiu entre as quatro melhores da competição, em busca de seu quarto título.
É a sétima semifinal de Mundial seguida do Brasil – a seleção chega entre os quatro primeiros desde a edição de 1998. Agora, o time de Renan Dal Zotto espera o rival que sairá entre o duelo entre Polônia e Estados Unidos. A semifinal está marcada para o próximo sábado.
Como foi o jogo
Foi um Brasil firme e forte diante de um de seus maiores rivais. Com Lucarelli de volta, recuperado das dores na panturrilha, e bem desde o início, a seleção se impôs e se manteve na briga mesmo no set perdido. Mas, com a vaga para a semifinal em mãos, é importante ressaltar o brilhantismo de Leal. O ponteiro, que já faz sua melhor competição com a camisa do Brasil, fez, também, seu melhor jogo pela equipe. Saiu de quadra com 25 pontos, deixando sua marca em todos os fundamentos.
1° set – Leal dita o ritmo, e Brasil larga na frente
O início foi dos melhores. Com Wallace no saque, a seleção abriu distância no placar. Os 5 a 1 na conta até indicaram um caminho tranquilo. Mas, contra a Argentina, é bem difícil que seja assim. Os Hermanos encostaram e passaram a pressionar mais o passe brasileiro. Mas a seleção se mostrava firme e voltou a abrir. Leal encheu o braço e fez o Brasil marcar 14/9.
Leal era o dono do jogo àquela altura. Quando Marcelo Mendez pediu seu segundo tempo, com o placar em 21/14, o ponteiro já tinha oito pontos no set. Ainda deu tempo de marcar mais dois. Não demorou para que o Brasil fechasse a parcial. O dilúvio que caía do lado de fora do ginásio de Gliwice fez cair o sinal oficial da transmissão.
2° set – Argentina equilibra e deixa tudo igual
A Argentina, enfim, equilibrou as ações na volta à quadra. Naquele início, os rivais se mantiveram à frente no placar. O Brasil, porém, não deixou que a diferença disparasse. Durante todo o tempo, ainda que tivesse mais dificuldades que no início, a seleção conseguiu estar sempre a no máximo dois pontos atrás. Mas um ace de Lucão fez o Brasil empatar em 12/12.
Os hermanos até voltaram a abrir dois pontos, mas o Brasil soube esperar. Com um bloqueio de Wallace, a seleção voltou à frente em 19/18. Marcelo Mendez pediu tempo. O técnico argentino conseguiu arrumar a casa e recolocar seu time em vantagem. Nada era muito certo àquele momento. Na reta final do set, os dois times se alternaram na dianteira. Mas a Argentina chegou ao empate depois de ponto de Bruno Lima: 25/23.
3° set – Brasil domina e volta à frente
Leal abriu a conta no terceiro set. O equilíbrio se manteve, mas, aos poucos, o Brasil abriu. No bloqueio de Flávio, a seleção abriu 6/3. Já era um jogo mais parecido com o do início. Leal, de volta à melhor forma, fez a seleção chegar a 10/6 ao explorar o bloqueio rival pelo meio. A seleção mais uma vez tinha o controle da partida. Com tranquilidade, abriu 17/12.
Já não havia muito espaço para mudanças de rumo. No bloqueio de Lucarelli, seu primeiro no jogo, o placar saltou para 19/13. A Argentina, é verdade, tentou buscar e diminuiu a diferença no placar. Mas não demorou para que o Brasil fechasse a conta em 25/22, voltando à frente na contagem geral.
4° set – Brasil se impõe e garante semifinal
O jogo, mais uma vez, mudou. O Brasil chegou a ter 7/5 no placar, mas logo sofreu a virada. Em seu melhor momento na partida, a Argentina emendou dois bloqueios em sequência e abriu 14/10. Renan, então, chamou Bruninho para uma troca simples com Cachopa. A mudança funcionou. O capitão entrou bem e levantou duas boas bolas seguidas para Leal.
Mas era mesmo Leal quem sobressaía. Pelas mãos do ponteiro, em um saque potente, o Brasil chegou ao empate em 16/16. A virada veio pouco depois, em 20/19, depois de um bloqueio de Lucarelli. Era a senha para buscar de vez a classificação. Um ace de Lucão fez a seleção abrir 22/20. Em uma última tentativa, Marcelo Mendez parou o jogo. Não funcionou. Em 25/21, o Brasil agarrou a vaga e se manteve firme na busca pelo tetra.
Fonte: GE