Pinheiro de cerca de 20 metros de altura caiu em cima de Pedro Miguel Cardoso, de 15 anos, em 8 de maio. Ele sofreu uma parada cardiorrespiratória, já passou por duas cirurgias e continua sedado e intubado
O adolescente de 15 anos que foi atingido por uma árvore no Parque da Cidade, em Brasília, continua internado em estado grave, no hospital Anchieta, em Taguatinga. Um pinheiro, de cerca de 20 metros de altura, quebrou e parte dele caiu em cima de Pedro Miguel Cardoso, em 8 de maio.
No dia do acidente, o jovem chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória e foi reanimado. A mãe de Pedro, Luciane Garcia, diz que ele teve quatro vértebras comprometidas, fraturas no crânio, coágulo no cérebro, entre outros problemas. O rapaz já passou por duas cirurgias, pode ter que se submeter a uma terceira, e segue sedado e intubado.
“Se não fossem Deus e os profissionais de saúde, ele não estaria aqui”, diz Luciene.
No dia do caso, Pedro Miguel comemorava o Dia das Mães com a família no parque. Quando a árvore quebrou, ele estava deitado no chão, tentou correr, mas acabou atingido por um dos pedaços do tronco.
Ele foi socorrido e internado no Hospital de Base do DF. Na última quinta-feira (12), foi transferido para o hospital Anchieta. Com a possibilidade de uma nova cirurgia, a família faz uma campanha para doação de sangue ao jovem.
A mãe, Luciane, pede mais cuidado na manutenção das árvores no parque. “As autoridades precisam tomar alguma providência. Essa dor que a gente está sentindo, eu não desejo para ninguém. É uma dor que beira o insuportável. Faz você repensar a vida. Então, por favor, não deixem isso acontecer mais com família nenhuma.”
Manutenção no parque
Após o acidente, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) realizou a poda de árvores no Parque da Cidade. O administrador da unidade, Carlos Bougleux, afirma que vai fazer um levantamento no Bosque dos Pinheiros, onde o caso aconteceu, para identificar árvores doentes e galhos na iminência de cair.
O engenheiro florestal Juan Batista explica que há fatores que aumentam as chances de acidentes. “Brasília apresenta uma característica um tanto quanto peculiar. Porque as árvores usadas na arborização não são espécies nativas do Cerrado. São espécies que ocorrem na Mata Atlântica, na Amazônia”, afirma.
“Então, são indivíduos que têm características de troncos bastante altos, copas bastante frondosas. E essas características não favorecem a formação desses indivíduos de forma isolada. A formação do dossel, que é a junção das copas, garante maior resistência contra a ação dos ventos e das chuvas. Então quando esses indivíduos ocorrem de forma isolada, eles ficam muito mais suscetíveis a quedas”, diz.
Ainda segundo o engenheiro, “outro fator muito importante a ser monitorado é a existência de pragas, como cupins e fungos. Eles danificam a madeira e ocasionam menor resistência, provocando assim acidentes”.
Fonte: G1