
O caso do banco Master vem povoar a história de maus feitos de gente graúda. Desde o último ano do século 20, com o Banco Marka, passando pela maquiagem de balanços do Banco Panamericano, as fraudes no Opportunity de Daniel Dantas e de Naji Nahas, os escândalos do Mensalão, da Lava Jato, o grupo X de Eike Batista, o time de vôlei de ex-governadores do RJ presos por corrupção, os muitos casos de desvios no INSS, todos eles têm muita coisa em comum. As operações da Polícia Federal que revelam fraudes e golpes contra o Erário, e, em última análise, contra a própria sociedade civil tem mais semelhanças que suas denominações engraçadas – ou, no mínimo, curiosas (Papel Furado, Roleta Russa, Papa Léguas, Sem Desconto, Deus Tá Vendo, Psicose e muitas outras). Expedem-se mandados de prisão, os responsáveis ficam presos (uns por mais tempo, outros por menos), mas ao fim e ao cabo, as prisões são confortáveis e nenhum dos envolvidos cumpre a pena integralmente. Isso quando chegam a julgamento. Advogados hábeis descobrem falhas no processo investigativo e terminam por conseguir a anulação dos processos graças àquilo que muitos chamam de filigranas jurídicas.

Ibaneis Rocha, Governador do Distrito Federal, assegura que os 17 deputados que votaram a favor da venda do BRB para o Master, que são seus aliados na CLDF, votaram por convicção – crédito ilustração
Mas, voltando ao que interessa mais do que uma prisão dos bandidos por vingança, a pergunta que nunca cala é: Quem vai reparar o s danos causados pela gestão temerária no Master e pelas apostas duvidosas das autoridades que jogaram dinheiro público nessa ciranda financeira? É pouquíssimo provável que os responsáveis pelos bilhões jogados na pirâmide pelo governo do Rio de Janeiro, do Distrito Federal e de dezenas de prefeituras não soubessem que estavam fazendo um investimento de altíssimo risco. De que maneira será garantida a aposentadoria de milhões de pensionistas? Até aqui, tudo indica que será mais uma fatura espetada nas costas de todos nós. Todos, não, porque os banqueiros devem manter seus patrimônios acumulados com seus esquemas bilionários.










