Zoonoses do DF tem 22 animais esperando uma família

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Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília

Sua mascote pode estar entre os 15 cães e sete gatos na Diretoria de Vigilância Ambiental. Saiba como funciona o processo de adoção

Para quem está em busca de um acompanhante de quatro patas, a Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses de Brasília tem 15 cães e sete gatos disponíveis para adoção, aguardando ansiosamente um lar com adotantes responsáveis.

Os animais disponibilizados para adoção não têm nenhuma doença. Os cães já realizaram exames para leishmaniose e foram vacinados contra a raiva, além de terem recebido tratamento contra possíveis parasitas, como pulgas e carrapatos. Os gatos também passaram por cuidados semelhantes.

Antes de ir para a adoção, os gatos passam por vacinação e tratamentos para prevenção de doenças – Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A Zoonoses de Brasília conta com laboratórios para realizar vigilância de doenças, além de canil e gatil públicos. A unidade recebe, trata e disponibiliza os animais para adoção.

Quem deseja adotar um bichinho deve comparecer à Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival), no Setor de Áreas Isoladas Norte (Sain), lote 4, Estrada do Contorno Bosque, Noroeste, ao lado do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). O horário de visitação é das 10h às 15h, de segunda a sexta-feira. É necessário apresentar documento de identificação com foto, ter acima de 18 anos e assinar um termo de responsabilidade se comprometendo a cuidar bem do animal.

Quem tiver interesse em castrar seu animal é só avisar na hora da adoção, pois existe uma parceria da Zoonoses com o Instituto Brasília Ambiental para agendar a castração gratuita.

Um novo lar

Willy chegou apreensivo à casa de Jaqueline Jales, mas já está mais à vontade – Foto: Arquivo pessoal

Sula já foi uma cadelinha disponível para adoção na Zoonoses. Ela foi recolhida pelo Centro de Controle de Zoonoses na Água Mineral, onde foi encontrada machucada. A cadelinha recebeu tratamento e, há uma semana, ela ganhou um novo lar ao lado de Lissa Carolina Franco Monteiro, 24, que a adotou depois de conhecer o canil pelo Instagram.

“Me receberam muito bem. Por mim eu levava todos. Quando eu a vi, lembrei de uma cachorra muito antiga que eu tinha, me apaixonei à primeira vista. Recebi ela muito bem cuidada, já com esse nome e gostei dele. Ela não costuma latir e a adaptação está muito boa, ela é minha sombra, me segue pra todo lado. É meu cão de guarda e não dá trabalho nenhum”, conta.

Lissa tem uma filha recém-nascida e as duas novas integrantes da família se dão muito bem. “Ela cheira a neném o tempo todo e dorme na beira da cama. É muito calminha e tranquila. É um doce, mesmo assustadinha às vezes. Fico feliz que ela está bem e tem família agora”, completa.

A advogada Jaqueline Jales, 42, também adotou um cãozinho na Zoonoses. De acordo com ela, Willy estava apreensivo no início da adaptação, mas é um cachorro calmo, dócil e obediente. Jaqueline afirma que decidiu pela Zoonoses por ser um lugar com várias opções e pouca gente visitar, além de não estar interessada se iria ser um cachorro de raça ou não. E, para ela, também foi amor à primeira vista.

A advogada lembra que na visita ao canil havia vários cachorrinhos, a maioria filhote. “Estavam em condições sanitárias boas, uns sozinhos e outros em duplinha”, recorda. “Eu acredito que eles nos escolhem. Quando eu me aproximei do Willy, senti que ele tinha mais a ver comigo. Parecia que ele tinha a alma da Jenny, minha antiga cachorrinha… Fui até com a ideia de adotar uma fêmea e ele me conquistou”, destaca.

Recolhimento de animais

O recolhimento dos animais só ocorre em casos com vínculo epidemiológico em alguma área ou com sinais clínicos evidentes – Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília

Atualmente, os animais são recolhidos apenas com ordem judicial, após denúncias públicas. O médico veterinário e gerente de Vigilância Ambiental de Zoonoses, Isaias Chianca, esclarece que o recolhimento dos bichinhos só ocorre em casos de animais com vínculo epidemiológico em alguma área ou com sinais clínicos evidentes e Diagnóstico Laboratorial de Zoonoses de importância em saúde pública.

“O objetivo da Zoonoses é saúde pública humana. Não temos o viés de ser abrigo de animais. Então não tem como a gente sair recolhendo animais atendendo ao objeto de saúde pública, seria um desvio de finalidade da Zoonose”, explica o gerente.

Segundo o veterinário, antigamente o destino de muitos animais era a eutanásia, que hoje é proibida. “A maioria das pessoas que denuncia o recolhimento de animais comuns não se preocupa com o destino do animal. Não temos como mantê-los, a verba que nos sustenta é do SUS”, completa Isaias.

Os animais doentes são levados para a área de clínica veterinária, onde os exames são realizados. No caso de o animal ter atacado alguém ou outro bicho, ele fica em observação por dez dias e depois é redestinado. No local há um laboratório para diagnóstico da leishmaniose em cães e Laboratório de Animais Sinantrópicos e Silvestres, que recebe e identifica as espécies de animais hospedeiros de agentes causadores de febre amarela, hantavirose e da bactéria causadora da leptospirose.

“A importância do trabalho da Zoonose é atuar com todas as doenças, evitando focos de doença. Não podemos negligenciar essa convivência, essa proximidade dos cães e gatos com o ser humano. A adoção é importante do ponto de vista humanitário. Por que preferir comprar um cachorro, sendo que você tem animais ali em situação de abrigo, podendo retirá-lo e levá-lo para casa, oferecer carinho, afeto e acesso a um núcleo familiar”, acentua Chianca.

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