Segundo pais do adolescente de 14 anos, ataques foram em março deste ano e, como solução, escola realizou palestra. Em nota, colégio Sigma disse que suspendeu aluno responsável
A família de um adolescente de 14 anos afirma que ele foi vítima de racismo durante uma partida de futebol em um colégio particular da Asa Sul, em Brasília. Segundo os pais, um colega da mesma sala o chamou de “macaco”. “Volta pra África, pra senzala”, também teria dito o estudante.
Ainda de acordo com os pais da vítima, o ataque foi em março passado. Na época, eles resolveram não divulgar o caso, acreditando que alguma atitude efetiva seria tomada pelo do colégio Sigma. Mas, segundo a família, até esta segunda-feira (27), a escola realizou apenas uma palestra para os estudantes.
Em nota, o Sigma disse que suspendeu o aluno responsável pelos ataques, mas que ele segue estudando no colégio. Afirmou ainda que “reforça seu compromisso com a educação antirracista, atuando de forma educativa e disciplinar”.
De acordo com o colégio, em episódios como esse, são aplicadas sanções, como a suspensão do aluno das atividades regulares e da realização de trabalhos pedagógicos. A escola disse ainda que também entra em contato com os responsáveis pelo estudante, que assinam um termo de ajuste de conduta.
Esse é o 5ª caso de racismo em escolas no Distrito Federal em pouco mais de um mês.
Relato da família
O pai do jovem conta que descobriu os ataques após notar uma mudança de comportamento do filho. “Eu trabalho no aeroporto e chego por volta de 22h30, e ele sempre me aguarda, só vai dormir quando eu chego. Aí, um dia eu cheguei e ele já estava dormindo, achei estranho e conversei com minha esposa”, diz Luiz Claudio.
“Durante a partida, gratuitamente, o colega do mesmo ano, mas de sala diferente, o chamou de ‘macaco’, ‘volta pra África, pra senzala que lá era o lugar dele’, e a todo momento que ele pegava na bola, era o mesmo ataque. No segundo dia, novamente. Na entrada da escola, eles se cruzaram e teve o mesmo ataque racista, passou por ele e xingou de macaco”, conta o pai do adolescente.
Segundo a mãe do aluno, após os ataques, a escola apresentou uma palestra. “Não sei que efetividade tem isso dentro do contexto para solucionar a situação”, diz Sabryna Alves Melo.
“É muito fácil você colocar um menino que ofende para fazer uma redação ou ver uma palestra, enquanto o outro que é a vítima está dentro da escola tendo que viver e conviver com aquela pessoa todos os dias”, diz a mãe.
Fonte: G1