Festival O Maior São João do Cerrado celebra os 50 anos do Hip Hop

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Foto: Divulgação

Diversidade – neste domingo, 20 de agosto, repentistas e cantadores, símbolos da cultura nordestina, darão espaço aos MCs, que também por suas rimas, contarão suas histórias

Do repente ao Hip Hop, do forró ao break. Assim é Ceilândia, diversa e efervescente, celeiro de artistas e de gente criativa, que encontrou na cultura um escape para as dores e uma forma de protesto. Nesse contexto, em sua 15ª edição, o festival O Maior São João do Cerrado abre suas portas para a diversidade e homenageia os 50 anos do Hip Hop, movimento que nasceu de uma festa despretensiosa no Bronx, Nova York, e ganhou os guetos do mundo.

Neste domingo, dia 20, os repentistas e cantadores, símbolos da cultura nordestina e de Ceilândia, darão espaço aos MCs, que também por suas rimas, contarão suas histórias por meio da música, da dança e do grafite. No palco do O Maior São João do Cerrado, Atitude Feminina, Rapadura, Viela 17, Edi Rock e Kl Jay encerrarão a última noite do festival ao lado da banda Maskavo.

Ceilândia e o Hip Hop estão ligados desde suas origens. A região administrativa, criada em 1971 como uma Campanha de Erradicação das Invasões (CEI), tinha como verdadeiro objetivo afastar dos holofotes da Brasília de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer os trabalhadores que vieram para a construção, a maioria do Nordeste, e ocupavam áreas irregulares, com pouca ou nenhuma infraestrutura, nos arredores da cidade planejada.

Em Nova York, há poucos quilômetros do coração financeiro do mundo e dos letreiros da Times Square, está o bairro do Bronx, região que em 1973 vivia o abandono, a ascensão da criminalidade e a falta de oportunidades. Em Ceilândia, as ruas de terra e sem saneamento, no Bronx, prédios incendiados e abandonados. Cenários distantes, mas como uma realidade comum, a força de seu povo, a força dos guetos.

Afastada de tudo, a população de Ceilândia criou sua própria identidade. Dos milhares de nordestinos ali instalados, a música e a culinária eram pontos comuns e de união. Nos jovens, primeira geração de brasileinses/ceilandenses, a inquietação, as festas nas casas dos vizinhos, as rimas de protesto e, em pouco tempo, o local tornou-se celeiro vanguardista do rap no Brasil. O segundo do país, atrás apenas de São Paulo.

Do chão batido de Ceilândia surgem Câmbio Negro, Viela 17, DJ Jamaika e Rapadura, nomes, que ao lado de GOG, inserem o DF no cenário do rap nacional.

Hip Hop 50

Para a idealizadora e diretora artística do festival O Maior São João do Cerrado, Edilane Oliveira, homenagear o movimento, por meio do Hip Hop 50, é contar a história de Ceilândia e do Distrito Federal. “Ceilândia é um caldeirão de riqueza cultural. Desde a primeira edição do São João, em 2007, acompanho a rotina da região, e o rap pulsa por aqui. E para quem pensa que não há ligação entre São João e Hip Hop, afirmo que são muitas as características comuns. Embora os ritmos distintos, a oralidade, a dança, o colorido das artes, tudo isso está presente, tanto nas manifestações do São João quanto no movimento Hip Hop”, explica.

Ainda de acordo com a diretora, “O Maior São João do Cerrado celebra a diversidade. E, por isso, com todo o respeito que a cultura merece, abrimos nosso palco para o movimento Hip Hop. Essa expressão cultural, que assim como o forró, está presente no DNA de Ceilândia”, completa.

Os ingressos para o Festival O Maior São João do Cerrado estão à venda pelo www.emersystem.com.br. Os preços variam de R$ 2,00 (solidário) a R$ 12,00 (passaporte para os três dias). Durante o evento, os bilhetes também poderão ser adquiridos diretamente no local.

Confira a programação do Hip Hop 50

DOMINGO (20/08)
20:00 – Atitude Feminina
21:10 – Rapadura
22:40 – Banda Maskavo
00:00 – Balé Flor do Cerrado
00:30 – Viela 17
02:10 – Edi Rock e Kl Jay

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