Sindicato de Escolas Particulares de Ensino (Sinepe-DF) já alerta para ‘salto significativo’ de casos nas unidades da capital. Na última semana de maio, foram registrados 1,4 mil casos de Covid em jovens em idade escolar no DF
Escolas particulares do Distrito Federal têm afastado turmas por causa do aumento de casos de Covid-19, nas últimas semanas. O aumento significativo de infecções nas instituições privadas de ensino foi confirmado pelo Sindicato de Escolas Particulares de Ensino (Sinepe-DF).
O colégio Leonardo da Vinci, na Asa Norte, por exemplo, suspendeu as atividades presenciais de uma turma do 8º ano, até a próxima quarta-feira (8). Há três casos de Covid confirmados na classe. De acordo com uma mãe de aluno, que prefere não se identificar, o colégio também já afastou turmas de ensino médio.
Em nota, o colégio Leonardo da Vinci diz que tem seguido com rigor os protocolos de combate à doença, e que está em contato direto com a Secretaria de Saúde, seguindo todas as orientações da pasta.
Segundo especialistas, entre crianças e adolescentes de até 17 anos , o aumento de casos é expressivo. Na última semana de maio, foram registrados 1,4 mil registros de Covid em jovens em idade escolar — quase 1 mil a mais que na semana anterior.
A mãe do aluno defende a volta do uso de máscara nas instituições de ensino. “Meu filho mesmo nunca deixou de usar máscara, porque ainda não se sente seguro em um lugar fechado como a escola, sala cheia. Eu acho que pelo menos isso tinha que voltar”, afirma.
Diante do aumento no número de casos, o Sinepe-DF diz que emitirá uma nota para que as escolas particulares redobrem os cuidados de prevenção da doença.
Rede pública
A preocupação com um possível novo pico da pandemia nas escolas também atinge a rede pública de ensino. O Centro de Línguas de Taguatinga (CILT) chamou atenção para os protocolos de segurança que devem ser seguidos.
“Devido ao aumento das notificações de casos positivos entre alunos do CILT, recomendamos a todos o uso de máscaras dentro da escola, a higienização das mãos e o distanciamento. A pandemia ainda não acabou”, diz o comunicado.
Uma servidora, que preferiu não se identificar, afirma que os funcionários estão preocupados. “Os pais continuam mandando as crianças mesmo gripadas, depois de várias advertências de que não era para mandar com sintomas gripais.”
Ela alega estar temerosa. “Muito medo mesmo. Vejo que as pessoas não estão se cuidando e a gente está vendo as turmas fechando. Lá [no CILT], já são quatro turmas suspensas”, conta a servidora.
A Secretaria de Saúde diz que está monitorando os casos e que todas as unidades públicas de ensino continuam seguindo os protocolos.
Relaxamento dos protocolos
Infectologistas dizem que são diversos os fatores que justificam o salto de casos. O relaxamento em relação às medidas de proteção contra a Covid é um deles, além da própria evolução da doença.
“Com o tempo, os anticorpos caem. Então, o vírus continua circulando. Mesmo que você faça a vacina, com novas variantes, tem as cepas que acabam driblando o sistema imunológico”, afirma a infectologista Joana D’Arc.
A médica alerta para cuidados que as escolas podem ter. “Tem escolas que têm total condição de fazer o afastamento de uma turma e iniciar um sistema online”, sugere. Aliado a tudo isso, a vacinação. “Ainda continua sendo a medida mais eficaz”, diz a médica.
Fonte: G1