Encenação da Paixão de Cristo emociona fiéis no Morro da Capelinha

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A tradicional encenação da Via Sacra contou com mais de 1,4 mil voluntários e investimento de R$ 1,3 milhão do Governo do Distrito Federal (GDF) - Foto: Lúcio Bernardo Jr/ Agência Brasília

Tradicional Via Sacra em Planaltina contou com cerca de 80 mil pessoas em sua 50ª edição

No ano em que completou 50 anos, um dos eventos mais aguardados pelos fiéis reuniu público de cerca de 80 mil pessoas no Morro da Capelinha, em Planaltina, nesta Sexta-feira Santa (7). A tradicional encenação da Via Sacra contou com mais de 1,4 mil voluntários e investimento de R$ 1,3 milhão do Governo do Distrito Federal (GDF).

“A Via Sacra no Morro da Capelinha é um dos eventos mais esperados do ano, que há 50 anos promove o turismo histórico, tradicional e religioso na região de Planaltina. Atraindo turistas das diferentes regiões brasileiras, fortalecendo o desenvolvimento da cadeia produtiva, estimulando o comércio local, a rede hoteleira e demais categorias de empregos diretos e indiretos”, destacou o secretário de Turismo do DF, Cristiano Araújo.

O administrador de Planaltina, Wesley Fonseca, contou que havia uma expectativa muito grande do público em relação ao cinquentenário da encenação da Paixão de Cristo e o governo trabalhou para poder corresponder. “São 50 anos de muita emoção, realismo e fé. Estamos aqui dando todo o apoio a esse evento. Em mais de dois meses, deixamos toda a equipe da administração regional a postos. Todos os trabalhadores e órgãos trabalharam de forma exemplar para deixarem essa Via Sacra impecável”, comentou.

A encenação começou às 16h. Nem o clima nublado e nem a subida árdua do Morro da Capelinha impediram o público de acompanhar a jornada de Jesus Cristo, de acordo com a história bíblica. Mesmo com o princípio chuvoso, milhares de pessoas acompanharam de perto e sentiram muita emoção em meio à apresentação, vendo cada cena marcante, como Pôncio Pilatos lavando as mãos, a condenação de Cristo, a libertação de Barrabás, a caminhada ao calvário, a crucificação e a ressurreição.

A 50ª edição da Via Sacra do Morro da Capelinha contou com mais de 1,4 mil voluntários e investimento de R$ 1,3 milhão – Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

Essa última cena é a considerada mais emocionante para o auxiliar de serviços gerais Valdir Tavares. Ao lado da esposa Cristina Azevedo, ele acompanhou o espetáculo. “É triste quando começa o julgamento, mas o bom é o final, que Jesus ressuscita e a gente sabe que ele está vivo e que pode ter fé. Essa é uma história que a Via Sacra de Planaltina conta para nós todos os anos e a gente vem prestigiar, porque é um lugar onde a gente pode orar, agradecer, pagar promessas e rezar para os entes queridos”, descreveu.

O vigilante Salomão Gonçalves de Almeida participa do evento há 28 anos e representou um soldado dos sacerdotes Anás e Caifás. Ele definiu a Via Sacra como um evento marcante da vida: “Participo de coração, por nada em troca, apenas pelo amor à Via Sacra. É muita emoção encenar para 60, 80, 100 mil pessoas. Nós choramos nos bastidores, porque é muita emoção, fé e realidade, um evento que mexe com a alma”.

Já a aposentada Izelda Fernandes da Costa aguardou ansiosamente até o final do evento. “Tem mais de 35 anos que eu venho e a parte que eu mais gosto é quando Jesus Cristo ressuscita. Vale a pena assistir toda a encenação, porque Jesus sofreu muito por nós para nos salvar”, disse a moradora de São Sebastião.

Para o arcebispo da Arquidiocese de Brasília, Dom Paulo Cezar, a Via Sacra de Planaltina consegue, por meio da arte, passar a mensagem central da fé cristã. “Isso é muito importante hoje. É uma forma bonita de evangelizar, em que a fé vai entrando e sendo anunciada com leveza, onde o centro da fé, que é o mistério da morte e ressurreição de Jesus, vai penetrando no coração da gente com beleza e leveza da arte”, definiu.

Apoio

A Via Sacra de Planaltina contou com um público de cerca de 80 mil pessoas – Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A 50ª edição reuniu mais de 1.400 voluntários, entre atores, coordenadores e figurantes. Os mais de R$ 1,3 milhão de aporte do GDF foram repassados pela Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur), com R$ 690 mil, e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), com R$ 617 mil.

Também foi montado um plano de segurança, que envolveu as polícias Militar (PMDF) e Civil (PCDF), o Corpo de Bombeiros (CBMDF), o Departamento de Trânsito (Detran) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF). As secretarias de Saúde (SES), de Transporte e Mobilidade (Semob), de Turismo (Setur) e DF Legal, além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Neoenergia, da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), do Samu, da Cruz Vermelha, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Conselho Tutelar também fizeram parte da operação.

Antes do evento, o local recebeu cuidados na compactação do solo com cascalho. As estradas também foram limpas e cuidadas para a passagem do público e dos atores e figurantes. A Caesb disponibilizou cerca de 25 mil litros de água para hidratação do público.

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