Pedido havia sido feito pela Polícia Federal, que afirma que dados dos aparelhos já foram extraídos por investigadores. Decisão do ministro também inclui devolução dos celulares de outros três investigados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a devolução dos celulares do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta quinta-feira (9). O pedido havia sido feito pelo delegado da Polícia Federal (PF) Raphael Soares Astini.
De acordo com o documento enviado ao Supremo, os dados dos aparelhos já foram extraídos pelo Instituto Nacional Criminalístico da PF e “não mais interessam à presente investigação”, sobre os atos terroristas em Brasília no dia 8 de janeiro. Na decisão, Moraes também autoriza a devolução dos celulares de:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ouvido como testemunha pela Polícia Federal;
- Fernando de Sousa Oliveira, ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), investigado pelo MPDFT;
- Marília Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da SSP-DF.
Investigação
O governador Ibaneis Rocha é investigado no inquérito do Ministério Público Federal (MPF) que apura a conduta de autoridades de Estado que se omitiram durante a invasão das sedes dos 3 Poderes, no dia 8 de janeiro.
Ibaneis está afastado do cargo por 90 dias após decisão do Supremo Tribunal Federal, inicialmente do ministro Alexandre de Moraes, que posteriormente foi mantida em colegiado, por 9 votos a 2. O chefe do executivo nega a omissão.
“Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os três Poderes. Eu sempre me comportei de modo colaborar com as investigações e mantenho minha postura”, postou Ibaneis, no dia 20 de janeiro.
No mesmo dia, a casa e o escritório de advocacia do governador foram alvo de busca e apreensão, assim como o Palácio do Buriti, sede do governo em Brasília, e a residência do ex-secretário Fernando de Sousa Oliveira, também investigado pelo MPF.
O pedido de buscas contra Ibaneis e Fernando Oliveira foi assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, e foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal também participou da operação.
O objetivo dos procuradores era recolher evidências que ajudem a esclarecer por que essas autoridades teriam deixado de tomar providências efetivas para evitar as ações de vandalismo.
À época, a defesa de Ibaneis afirmou que as buscas serão “a prova definitiva da inocência” do governador afastado. Disse ainda que a decisão de busca é “inesperada”, e que Ibaneis sempre agiu de “maneira colaborativa” diante da investigação.
Já a defesa do ex-secretário declarou que ele já havia entregue o telefone para a Polícia Federal e que o investigado “confia na Justiça” e que as investigações “apontam para sua inocência”.
Fonte: G1