Dupla é investigada em inquérito do Ministério Público Federal que apura as condutas de autoridades públicas na invasão à sede dos 3 poderes, em 8 de janeiro, por apoiadores de Jair Bolsonaro. Ao todo, operação cumpre cinco mandados; defesa de Ibaneis diz que busca será ‘prova definitiva da inocência’ dele
A Polícia Federal cumpre, na tarde desta sexta-feira (20), cinco mandados de busca e apreensão contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha(MDB), e contra o ex-secretário executivo da Segurança Pública do DF Fernando de Souza Oliveira. A ação ocorre a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os dois são investigados no inquérito do Ministério Público Federal que apura a conduta de autoridades de Estado que se omitiram durante a invasão das sedes dos 3 Poderes, no dia 8 de janeiro.
A defesa de Ibaneis Rocha informou que as buscas serão “a prova definitiva da inocência” do governador afastado. Afirma ainda que a decisão de busca é “inesperada”, e que Ibaneis sempre agiu de “maneira colaborativa” diante da investigação.
Já a defesa do ex-secretário diz que ele já havia entregue o telefone para a Polícia Federal e que o investigado “confia na Justiça” e que as investigações “apontam para sua inocência”.
O pedido de buscas contra Ibaneis e Fernando Oliveira foi assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR, e foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal também participa da operação.
O objetivo dos procuradores é recolher evidências que ajudem a esclarecer por que essas autoridades deixaram de tomar providências efetivas para evitar as ações de vandalismo. Os investigadores cumprem mandados no Palácio do Buriti, sede do governo em Brasília, no escritório de advocacia e na casa do governador e na Secretaria de Segurança Pública, além da residência do ex-secretário da pasta.
Ibaneis Rocha permanecerá afastado por 90 dias do comando do governo do DF após decisão do STF, inicialmente do ministro Alexandre de Moraes, que posteriormente foi mantida em colegiado, por 9 votos a 2.
Após o inicio da ação dos investigadores, a governadora em exercício, Celina Leão (PP), cancelou uma agenda pública. Ela iria ao encerramento de um projeto social na Estrutural.
OAB diz que vai analisar operação
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que vai analisar o cumprimento do mandado de busca e apreensão feito no escritório de Ibaneis. De acordo com a instituição, há leis que estabelecem o modo que o procedimento deve ser feito nesse tipo de estabelecimento.
“O Conselho Federal da OAB prestará todo o suporte à OAB-DF e atuará em conjunto no caso para assegurar o respeito às prerrogativas da profissão”, disse o texto.
Além disso, a OAB informou que vai analisar os termos da operação e que vai “enfrentá-la”, caso sejam “constatadas violações de prerrogativas da advocacia”.
Fonte: G1